quinta-feira, julho 31

Lança

Eu encontro minhas crenças nas mais escondidas esquinas.
Eu deparo com medo nos momentos mais saudositas.
Eu embaralho a sorte e a desfarço de curinga.
Eu jogo as cartas, antes que elas me joguem o futuro.

Eu conspiro a data para ignorar o tempo.
Eu encontro o futuro abraçada com o presente.
Eu me lanço ao novo sem segurança de queda.
Eu abraço a graça para não rir sozinha

Eu envelheço todos dias.
E da mesma forma brinco de nascer.
Eu manobro todos os meses,
Mas comemoro uma vez por ano... porque um registo administra assim.

(...)

E não importa.
Eu brinco de moldar a beleza do que já foi moldado.
Eu brinco de arte, como quem troca de roupa.
Eu brinco de brilho, quando me descubro parte de uma estrela.
Eu brinco de ser eu, quando persisto no que sempre quis ser... eu mesma.


Paula.

quinta-feira, julho 3

Para "Musicar."


Eu andei por ruas sem nome
Pra esquecer de voltar
eu tropecei na miséria mais crua
que possa encontrar
Eu prometi parar de fumar
Pra me sentir um herói
quem sabe menos freguês
Eu entrei em mil transes mentais
Rezei o mantra, todo em inglês
Eu não quero nada!
Nem um copo de cerveja, obrigado.
Eu não quero nada. Nada!
Talvez uma vódka
Quem sabe, até três
Só quero me embriagar
E fugir de mim mesmo
Pra me encontrar de vez.

Todo dia se abre um sol
Sorrindo, quem sabe
pra me ofuscar
Os olhos cerrados da noite
Ainda vão, me acompanhar
Eu protejo meu nome da escória
Não quero render história
Mas em meu nome eu vou me embriagar
Da cobrança, dos filhos na escola.
Na esperança
De que vou me educar.
Eu não quero nada.
Nem mesmo uma dose, obrigado.
Eu não quero nada. Nada!
Nem uma filosofia barata.
Que me faça levar uma vida exata.