Eu gosto do modo delicado e preciso com que a vida nos guia. Na verdade acho admirável...
Não, ela não é dura, nem má e muito menos injusta. Somos nós que a tomamos como a culpada de nossas escolhas.
Você amanhece com a noção exata de como será o dia, é a sua atração do positivo ou negativo que faz com que a sua rotina seja boa ou não.
Tudo depende de uma forma particular e peculiar de se enxergar a realidade e de se apoderar dela.
Há dias que é preciso matar um leão, outros, você precisa domá-lo. Não se trata de uma violência gratuita, e sim de uma questão de sobrevivência, de poder sobre o que você vivencia, de amor pelo o que se faz necessário e apaixonante. É tudo uma questão pessoal, mas não foge a uma regra coletiva. Ou foge?
A simplicidade. Sim, pode parecer que não, mas é o que se caça diariamente, é o que nos aproxima da noção exata de vivermos em uma selva. É o fato de se sentir feliz com o que parece menos importante. É comer aquele doce caseiro feito pela mãe que faz lembrar a infância, é dividir um algodão doce com alguém que se goste, é ouvir um elogio surpreendentemente inesperado. Aquele perfume deixado em rastros que te coloca a exercitar a memória. Na verdade queremos as sensações, queremos sempre conquistar algo que nos remeta a esse tipo sentimento. Não sejamos hipócritas querendo dizer que não queremos ganhar dinheiro, assumir um lado capitalista, enfim. Mas queremos ganhar sempre mais e mais, justamente para alcançarmos as sensações que julgamos distantes. O corre-corre da nossa dilacerante rotina nos faz ter a ganância de querer comprar elas – as sensações.
Se há preço pra isso?
Como eu disse, é uma forma muito particular e peculiar de crer...
No mais, me agrada por enquanto, a doce guia que a vida nos leva, de uma forma rude e delicada. Sem culpas... Sem ressentimentos. Parei de culpá-la.